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Hoje, te convidamos a olhar para o agora e para o que vem por aí com mais atenção. O que está mudando no mercado da moda vai muito além das tendências de passarela.
Falamos sobre como os padrões de beleza estão sendo ressignificados, o que isso muda na forma como o consumidor se relaciona com as marcas e por que representatividade real não é mais diferencial.
Também mergulhamos na transformação do varejo com a ajuda da inteligência artificial. Esqueça os chatbots genéricos: a IA está ajudando a criar experiências mais personalizadas, emocionais e conectadas.
E ainda, um olhar sobre o movimento global contra a fast fashion, com destaque para a nova lei francesa que pode inspirar mudanças no setor. Um sinal claro de que o consumidor e os governos estão mais atentos à forma como a moda é feita, comunicada e vendida.

A FRANÇA DECLAROU GUERRA À FAST FASHION
Você já deve ter esbarrado com o termo fast fashion por aí, e talvez até se questione sobre o impacto disso no seu negócio. A novidade? A França deu um passo ousado e aprovou uma Lei Anti-Fast Fashion, trazendo à tona um novo cenário (e possíveis tendências) para o varejo global.
O foco é claro: reduzir os impactos ambientais da indústria têxtil, hoje uma das que mais poluem e desperdiçam recursos. A nova legislação francesa mira principalmente as gigantes da ultra fast fashion, como a Shein que, só pra ter uma ideia, lançou cerca de 7.220 novos produtos por dia no país, segundo análise da AFP.
Entre as medidas que entram em vigor a partir de 1º de janeiro de 2026, estão:
- Fim da publicidade para marcas de ultra fast fashion;
- Exigência de transparência na origem dos produtos têxteis vendidos online;
- Eliminação de incentivos fiscais para doações de peças não vendidas;
- Taxação progressiva por peça produzida em excesso;
Para quem está à frente de um e-commerce de moda, esse movimento acende um alerta (e também uma oportunidade): será que essa legislação vai inspirar outros países? Como se preparar para um consumidor cada vez mais consciente e exigente?
Se você já vem investindo em transparência, personalização e tecnologias sustentáveis, está no caminho certo. E se ainda não começou, talvez agora seja a hora de repensar sua estratégia.
Fica a pergunta: essa lei marca o começo de uma nova era para a moda online?

OS PADRÕES ESTÉTICOS ESTÃO MUDANDO, E SUA MARCA PRECISA ACOMPANHAR…
Se você trabalha com moda e beleza já percebeu: os padrões estéticos estão mudando, e rápido. As imagens que antes vendiam sonhos inalcançáveis agora dão lugar a representações reais, possíveis e, principalmente, conectadas com a vida do consumidor.
Essa é a principal conclusão do estudo global da Getty Images, via plataforma VisualGPS, que analisou 50 anos de padrões de beleza e como eles evoluíram até os dias de hoje. Segue o fio, pois isso tem tudo a ver com sua loja online!
De ícones a filtros: o que mudou?
Nos anos 80, o exagero reinava: cabelos volumosos, maquiagem marcante e looks chamativos. A estética foi mudando com o tempo, passou pelo minimalismo dos anos 90, pela cultura pop dos anos 2000, pelas técnicas de contorno dos anos 2010 e, mais recentemente, pela “Instagram face”: pele lisinha, lábios volumosos, olhos puxados e filtros por todos os lados.
Mas o vento começou a virar.
Agora, o consumidor começa a buscar outra estética: sobrancelhas descoloridas, peles com textura real e traços autênticos. A beleza volta a ser sinônimo de identidade, não de padrão. E isso se reflete diretamente na forma como seu público escolhe produtos, marcas e conteúdos.
O que o consumidor espera das marcas hoje?
Mais de 5.300 pessoas, em 25 países (incluindo o Brasil), participaram da pesquisa. Os resultados deixam um recado claro para quem vende online:
- 85% acreditam que beleza e autocuidado são igualmente importantes para homens e mulheres;
- A confiança na marca vem de transparência, saúde, sustentabilidade e educação;
- O conteúdo que acompanha o produto influencia — e muito — a decisão de compra.
Exemplos que funcionam:
- 50% se engajam mais com imagens que explicam os benefícios à saúde;
- 39% valorizam demonstrações de uso;
- 36% preferem depoimentos de clientes reais;
- 32% se sentem mais confiantes com informações científicas;
Além disso, mesmo com o avanço do digital, 66% ainda preferem comprar em lojas físicas, onde podem experimentar, comparar e descobrir novos produtos. A experiência omnichannel, portanto, não é mais uma opção, é necessidade.
E a credibilidade, vem de onde?
As marcas que se comunicam de forma genérica estão perdendo espaço para aquelas que sabem ouvir e representar. Segundo os dados:
- 42% confiam mais em amigos e familiares do que em qualquer marca;
- Apenas 14% confiam em postagens de marcas nas redes sociais;
- Só 8% acreditam em conteúdos de influenciadores;
Ou seja, construir reputação exige mais do que estética: exige propósito, consistência e verdade.
IA, imagens reais e o papel da representatividade
Com a popularização da inteligência artificial, surgem novas possibilidades, mas também desconfianças. Quando o consumidor percebe que a imagem foi criada por IA:
- 41% perdem confiança na marca
- 76% preferem fotos reais, sem retoques
- 71% querem saber se a imagem é artificial ou não
O problema não está na tecnologia em si, mas no uso irresponsável, que reforça padrões inalcançáveis e exclui pessoas reais da narrativa. E aí entra um ponto essencial: representatividade.
Mesmo com avanços, ainda vemos uma enorme lacuna:
- Imagens de envelhecimento mostram quase exclusivamente pessoas com mais de 60 anos
- Mulheres maduras aparecem com pele perfeita e cabelos grisalhos impecáveis — quase sempre magras
- Homens mais velhos seguem invisíveis
- Garotos da Geração Z e homens LGBTQI+ mal aparecem em campanhas
Esses dados escancaram o que o mercado ainda não entendeu: a beleza real precisa de espaço. E as marcas que apostarem ganham destaque no futuro.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: O QUE SEU CLIENTE ESPERA
Quando se fala em inteligência artificial no varejo, é comum pensar logo em chatbots e recomendações básicas. Mas a verdade é que a IA está reescrevendo completamente a forma como o consumidor descobre, avalia e decide o que comprar.
E o seu e-commerce precisa acompanhar esse novo ritmo.
Mais do que “recomendar”, é entender
A nova geração de sistemas de IA já consegue analisar mais de 500 variáveis de comportamento para entender não só o que o cliente comprou, mas por que ele comprou. Isso muda tudo.
Um exemplo inspirador? A Stitch Fix. A marca combina estilistas humanos com algoritmos inteligentes para oferecer sugestões de roupas personalizadas — que se ajustam ao estilo e ao feedback de cada cliente, a cada compra.
O resultado: o consumidor se sente compreendido, não apenas atendido.
É o mesmo princípio por trás da playlist personalizada perfeita do Spotify ou da sugestão certeira da Netflix. A IA cria uma experiência de valor emocional e é exatamente isso que fideliza.
No fim das contas…
Pode parecer contraditório, mas a tecnologia está ajudando as marcas a criarem conexões emocionais mais fortes com seus clientes.
E quem entende isso cedo consegue sair na frente, oferecendo experiências personalizadas e que convertem.Como sua marca está usando a IA hoje?
Se ainda está nos chatbots, talvez seja hora de dar o próximo passo
Fashion Drops
> Talvez sua marca esteja precisando de uma direção criativa.
> Atendendo a muitos pedidos, a tabela de medidas está de cara nova.
> O e-commerce no Brasil segue em crescimento pelo 8° mês consecutivo.
> Dior anuncia o estilista Jonathan Anderson como novo diretor criativo.
> Tudo sobre a história da moda até os dias de hoje.
Para se inspirar: Sophia começou vendendo roupas vintage no eBay, criou a Nasty Gal e transformou-a em um império fashion. Apesar dos altos e baixos da marca, ela virou símbolo do empreendedorismo feminino com o livro “Girlboss”, que inspirou uma geração. Depois da Nasty Gal, fundou a plataforma Girlboss e a Business Class, voltada a novas empreendedoras. Quer saber mais, clique aqui.